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Mesmo facultativa, educação infantil deve fazer parte da vida escolar

Mesmo facultativa, educação infantil deve fazer parte da vida escolar

Giovanna tem três anos e está na escolinha há quase 12 meses. Graças às aulas, passou a se expressar melhor, enriqueceu o vocabulário, ficou mais sociável e segura, começou a comer frutas e vegetais e sabe contar até 10 e falar as cores em inglês. Apesar de não entender, ela expressa como a educação infantil, período que compreende a creche e o jardim de infância, pode ajudar no crescimento das crianças e prepará-las para um desenvolvimento adequado.

Mais do que um lugar em que os pequenos ficam enquanto os pais trabalham, a pré-escola é um período de preparação à vida escolar e à convivência em sociedade, afirma Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP. “Os seis primeiros anos da idade são fundamentais para o desenvolvimento da aprendizagem da criança. Quando bem trabalhados os conteúdos, todas as aprendizagens futuras vão se assentar nesse processo inicial”, afirma a especialista em educação infantil.

Matricular os filhos na escola com essa idade não é obrigatório para os pais. Entretanto, devido à Emenda 59/2009, a partir de 2016 nenhuma instituição pode alegar falta de vagas para recusar alunos a partir de quatro anos. De qualquer forma, mesmo que hoje o ensino seja opcional, Maria Ângela aconselha os pais a colocar os filhos desde cedo na escola. “É importante porque a criança se socializa, é estimulada do ponto de vista afetivo, cognitivo e social, e tem a possibilidade de desenvolver toda uma parte de coordenação motora e uma parte artística que podem ajudar no aprendizado posterior”, explica.

Crianças demonstram desenvolvimento
Um dos fatores que levou a assessora de comunicação Elaine Cecília Nishiwaki a colocar a filha Giovanna, na época com dois anos, em uma escolinha na cidade de São Paulo foi a proximidade com o inglês. Mas não foi só isso. “A facilidade de aprender as coisas, de se relacionar com outras crianças e com outras pessoas, e o quanto isso vai ser benéfico no mundo em que vivemos hoje em dia, tudo isso me motivou”, afirma. Além das atividades comuns em diversas escolas, a escolinha da pequena oferece capoeira, balé, culinária e cuidados com hortas.

Para a fonoaudióloga e professora carioca Lucélia Rodrigues de Sousa, optar por matricular o filho Artur, de dois anos, na educação infantil, foi uma escolha que levou em conta o fato de a creche proporcionar experiências que o pequeno não tinha no lar. “Eu entendo que a criança precisa de um ambiente que vá ajudar a desenvolver as inteligências dela. Muitas vezes, em casa, não temos esse ambiente que a escola pode proporcionar, em que podem ser trabalhadas regras e a socialização”, afirma.

Após somente dois meses, a mãe já notou que Artur está com a coordenação motora mais trabalhada, segura o lápis de forma mais adequada, pinta melhor, presta mais atenção nas historinhas, organiza melhor as falas e incorporou novas palavras no dia a dia. Por fim, o garoto agora tem mais facilidade em se relacionar. “Antes, aqui no condomínio, mesmo junto de outras crianças, ele brincava sozinho. Agora, ele brinca com elas”, conta.

Para que todo esse aprendizado tenha sucesso, a professora da PUC-SP explica que o professor vai sempre trazer os saberes à realidade infantil. “Quanto mais próximo do cotidiano dela, mais rápido ela aprende, porque vai entender no que vai usar esse conhecimento”, elucida. Seja pulando amarelinha e descobrindo que pular duas casas é menos do que pular cinco, o que importa é que a criança se divirta. Se ela aprende enquanto brinca, melhor ainda.

“Atividades rotativas” são opção para não cansar os alunos
A especialista Maria Ângela afirma que, para não cansar ou saturar os pequenos, é preciso fazer com que encarem todas as atividades como brincadeiras. Assim, não há uma divisão do ensino por matérias. “Quando a gente fala de conhecimentos matemáticos ou de português, a gente fala em fins didáticos, mas no contexto de dia a dia, a criança vai aprender tudo isso muito relacionado”, afirma.

No colégio paulistano Dante Alighieri, por exemplo, os professores contam histórias, oferecem atividades como pintura e perfuração para melhorar a coordenação motora, trabalham com sílabas para desenvolver a consciência fonológica e fazem rodas de conversa, brincam com rimas, lendas e trava-línguas para trabalhar a oralidade. O processo educativo é divertido e as atividades fazem com que a criança se desenvolva sem notar que está aprendendo.

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