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Mais de 60.000.000 de adultos não tem o Ensino Médio

Mais de 60.000.000 de adultos não tem o Ensino Médio

Segundo dados do IBGE e MEC, na realidade o número é ainda maior do que esses 60 milhões, pois não foram aqui contabilizados os analfabetos (15 milhões) e os com menos de 3 anos de estudo, considerados analfabetos funcionais (outros 15 milhões).
Podemos imaginar o que isso significa para essas pessoas e para o país como um todo. Apagão de mão de obra, menores e piores oportunidades de empregos, gargalo no Ensino Superior com sobra de vagas e consequentemente uma grande redução no potencial de crescimento do PIB nacional. Mas uma possível solução está surgindo, como veremos mais adiante.
Vemos que as estatísticas e as autoridades educacionais no País são exclusivamente focadas nas crianças e jovens. O índice principal a ser acompanhado é a taxa de escolarização, que significa verificar quantas pessoas estão no nível escolar correto em relação à sua idade.
Mas, e aqueles que por um motivo qualquer abandonaram os estudos e não completaram o Ensino Médio? São solenemente ignorados.
Mesmo a iniciativa privada, representada pelo belo programa “TODOS PELA EDUCAÇÃO” que estabeleceu 5 metas para acompanhar a situação da Educação no Brasil, passou ao largo desse problema ao estabelecer como uma das suas 5 boas metas para 2022:
“Meta 4 – Todo jovem com o Ensino Médio concluído até os 19 anos”.
Certamente essa meta pode ser integralmente cumprida sem que um único daqueles 60.000.000 de brasileiros conclua o Ensino Médio.
Esse é um grande desafio: Permitir que milhões de brasileiros deem um salto na sua escolaridade e se incorporem ao mercado de trabalho em um novo patamar.
Em 2009 o MEC tomou uma decisão importantíssima e que ainda não foi suficientemente divulgada. O ENEM vale para certificação do Ensino Médio, como se fosse um exame Supletivo. Isso está estabelecido na Portaria 109 de 27/03/2009, significando um direcionamento claro na linha da certificação de conhecimento.
“Art 2o. Constituem objetivos do ENEM… V- Promover a certificação de Jovens e Adultos no nível de conclusão do Ensino Médio nos termos do artigo 38, parágrafos 1o. e 2o. da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)”.
A regra vale para os maiores de 18 anos e não depende de nenhum outro pré-requisito. Os alunos precisam atingir 400 pontos nas provas objetivas e 500 na redação (Não é um índice qualquer. É a média do Ensino Médio).

Claramente, esse é um enorme problema para um país que pretende aumentar a escolaridade da sua população, e ainda aumentar bastante o percentual de pessoas com Nível Superior concluído. Isso sem considerar que são poucos os empregos que aceitam pessoas com escolaridade menor que o Ensino Médio completo.
Hoje menos de 9.000.000 de estudantes estão cursando o Ensino Médio regular em todo o Brasil, chegando a 10,5 milhões se somados aos que estão fazendo o EJA (Educação de Jovens e Adultos). Esse é o contingente total administrado por todas as Secretarias de Educação de todos os estados. Comparando esse número com os 60 milhões anteriormente citados, vemos que a sala de aula convencional não será solução para esse problema.
Tudo que aqui foi dito, parece não constar das preocupações dos nossos governantes federais, estaduais ou municipais; atuais, passados ou futuros; nem de qualquer partido político.
Está aberto um potencial enorme de preparação de pessoas para fazer o ENEM com o objetivo de certificação do Ensino Médio. No início, provavelmente de maneira tímida, mas, assim que uma boa parte desses 60.000.000 ainda com disposição e idade para aprender, perceber que duas vezes por ano poderá fazer os exames de certificação e em pouco tempo concluir seus estudos de Ensino Médio e até mesmo ingressar em uma Faculdade, essa demanda vai explodir.
Nos dois últimos anos, cerca de 1 milhão de pessoas já fizeram o exame com essa finalidade (Basta assinalar essa opção na hora da inscrição). E mais de 200 mil passaram.
Acredito que essa demanda, caracterizada como sendo de Educação para adultos, é para ser atendida por meio da Educação à Distancia (EAD), com cursos preparatórios livres, desenvolvidos com métodos baseados mais na andragogia do que na pedagogia.
O formato das questões do ENEM, muito inteligente, privilegia o raciocínio em detrimento do “decoreba”. Isso é essencial para o adulto que abandonou os estudos, mas que vive, produz, trabalha e convive com esse nosso mundo de informações.
Assim, esse cidadão vai poder se preparar na base do auto-estudo, de qualquer lugar, a qualquer momento e no seu próprio ritmo, podendo conciliar os estudos com o lar e o trabalho.

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