fbpx

Educação a distância se consolida

ADMto novembro 23, 2012 Nenhum comentário

Educação a distância se consolida

A diversificação das modalidades de ensino tem proporcionado, aos interessados, diferentes opções de educação, seguindo novos formatos, flexíveis à vida daqueles que pretendem melhorar o currículo e agregar conhecimento. A academia, acusada muitas vezes de ser moldada em padrões rígidos, tem se rendido a essa diversificação, e o grande exemplo é a Educação a Distância (EaD), que cresce a passos largos e recebe investimentos cada vez maiores. A comprovação do fato são os institutos e universidades federais que têm recebido, do governo, incentivos consideráveis no investimento à educação que essencialmente dispensa a presença.

No Brasil, o histórico da EaD teve maior força em meados da década de 1940, apesar da existência do modelo remontar a segunda metade do século XIX. Em 1941, o Instituto Universal Brasileiro, provavelmente a instituição de EaD mais conhecida no País, iniciava suas atividades, realizadas por meio do ensino por correspondência. Hoje, o Instituto oferece cursos profissionalizantes, técnicos e supletivos.

No Estado de Goiás, existem, segundo o Ministério da Educação (MEC), 254 cursos de educação a distância, distribuídos por 74 municípios. A Universidade Federal de Goiás (UFG), por exemplo, teve o credenciamento pleno, no MEC, realizado em 2010, após um estágio de quatro anos, compreendidos entre 2006 e 2009, de credenciamento em caráter experimental. A opção de EaD no ensino superior é extremamente recente, porque decorre do decreto 5622 de 2005, que regulamenta o artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. O decreto estabeleceu que, para as instituições ofertarem cursos à distância, precisariam credenciar-se, e oferecer polos de apoio presencial, específicos à área de atuação.

Distintamente do lugar comum em que se pensa “ensino a distância significa menos trabalho e comprometimento”, a jornalista e estudante, em segunda pós-graduação – agora em Artes Visuais: Cultura e Criação –, Marina Muniz Mendes, dá indícios cabais de que a EaD é o contrário do senso acima descrito. Segundo a jovem, de 24 anos, os módulos que está cursando são muito exigentes quanto ao acompanhamento determinado pelo curso. “A maior diferença é que o curso a distância é mais rigoroso, a metodologia é clara e rígida e não varia de acordo com cada professor ou com imprevistos cotidianos.” Marina narra problemas habituais e comuns, descabíveis ao formato à distância, e que invariavelmente são sabidos e aceitados dentro do ensino presencial.

Há discordâncias quanto à rigidez metodológica, a acusação contra a EaD é que supostamente se corre o risco de engessar o aprendizado, contudo, dá maior segurança ao estudante, e risca as incertezas sobre o que não será ministrado nas disciplinas. Outra crítica à EaD é a incapacidade de promover a socialização com os colegas de curso, prática que também proporciona aprendizado. Quem esclarece a acusação é, novamente, Marina Mendes: “A socialização com os colegas no curso ocorre virtualmente, como se fosse na sala de aula, por meio dos fóruns de estudos, e também nos encontros presenciais periódicos. O bom é que a linguagem escrita, usada nos fóruns, é concisa, diferente do que ocorre nas salas de aula. Além disso, nos fóruns, há um número mínimo determinado de comentários que os alunos devem fazer para obter nota, ou seja, todos participam, o que diverge das disciplinas presenciais, pois, quase sempre, são os mesmos alunos que se manifestam.”

Reitor diz que modalidade veio para ficar

“Essa modalidade de ensino veio para ficar, não há volta. Brevemente, não haverá distinção entre as modalidades de ensino presencial e a distância, que já estão se misturando.” Edward Madureira Brasil, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), em tom profético, analisa, com o discurso, o prognóstico do novo formato, aberto ao ensino superior desde 2009. Quem completa a fala é Leonardo Barra Santana de Souza, diretor do Centro Integrado de Aprendizado em Rede (Ciar) da UFG: “A EaD da UFG tem crescido bastante, se popularizado nas diversas unidades acadêmicas e também se institucionalizado, ou seja, tem sido tratada com muita importância pela atual gestão”. O órgão, suplementar à reitoria da universidade, é o responsável pelos cursos em EaD.

O fenômeno de adesão ao formato de ensino cabe também às universidades privadas. Em Goiânia, a unidade da Faculdade Estácio de Sá de Goiás também oferece a EaD como opção aos estudantes. Ocorre, entretanto, uma diferenciação quanto ao perfil dos alunos nos diferentes cursos. A UFG, por exemplo, é sujeita à “chamada do governo federal”, ou seja, a cada edital aberto, o governo tem o poder de delimitar o público a que o curso se destina, desta forma é possível destinar cursos específicos para participantes de comunidades quilombolas, ou professores da rede pública, por exemplo.

Deixe um comentário

× Fale conosco