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Cresce procura por ensino a distância

Cresce procura por ensino a distância

Após ser promovida para o cargo de gestora da unidade do Shopping Taboão da Serra do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Raquel Bauer Pagano, de 28 anos, sentiu que precisava fazer um curso que lhe desse base administrativa e de gestão para gerenciar a equipe. Optou por fazer um MBA em gestão estratégica de negócio. Para driblar o trânsito rotineiro e ter mais flexibilidade de horário, optou por um curso a distância na Universidade Anhanguera.

Assim como Raquel, o número de profissionais que procuram esta metodologia de ensino para aprimorar seus conhecimentos vem crescendo. De acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), estima-se que os alunos virtuais cheguem hoje a dois milhões.

“Houve um período em que o volume de alunos crescia 100% ao ano, justamente porque começamos do zero. Permaneceu assim durante seis anos. Hoje, cresce a média de 40% ao ano, o que é um aumento bastante significativo”, comenta o presidente da Abed, Fredic Litto.

O crescimento da modalidade também vem sendo mensurado no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes(Enade), aplicado pelo Ministério da Educação (MEC)/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Os últimos resultados revelam que os alunos de turmas de Educação a Distância (EAD) apresentam desempenho superior de aproximadamente 6,7 pontos em comparação aos estudantes que frequentam cursos presenciais.

“Em países como a Alemanha, Canadá e Espanha, as empresas dão preferência para contratar profissionais que estudaram a distância. De acordo com pesquisas feitas pelo mundo acadêmico, esses profissionais não têm medo de tecnologia, trabalham melhor em grupo e têm mais aptidão para a leitura e a escrita”, diz o diretor executivo da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) Online, Stavros Xanthopoylos.

Para o diretor, além de serem vistos “com bons olhos pelas empresas”, os EADs também são apreciados por permitir maior flexibilidade de horário e pelo custo. “São de 20% a 40% mais baratos do que os cursos presenciais, sem incluir neste cálculo os gastos com transporte e alimentação, que costumam elevar ainda mais as despesas para o aluno se locomover até a universidade”, afirma.

A expansão do interesse fez o Ibope criar um braço para atender a esse mercado no final do ano passado, o Ibope Educação. Apesar de começar suas atividades com cursos presenciais, a empresa lançou, em abril, uma turma de MBA a distância. Para o segundo semestre deste ano, incluirão na grade mais cursos de extensão com foco em gestão.

“Os cursos a distância sempre existiram. Antes, o material era entregue pelos Correios e não havia a interação e o formato de hoje. Com a internet, a modalidade foi se aprimorando, ganhando mais espaço e passou a ser tão ou mais eficiente do que as aulas presenciais”, comenta o diretor do Ibope Educação, Ivan Correa.

Este foi o pensamento do engenheiro eletrônico, Luiz Frederico Lopes, de 34 anos, que optou por fazer um curso de MBA em gerenciamento de projetos online na FGV Online.

“Na época eu trabalhava em uma consultoria e viajava muito, o que me impedia de frequentar todas as aulas. Além disso, tinha acabado de me casar e queria ficar mais tempo com a minha mulher”, comenta Lopes.

Seu único medo era não conseguir concluir o curso. “Eu nunca fui muito disciplinado, por isso, no início, fiquei com um pouco de receio de não conseguir atingir o mesmo desempenho de uma aula presencial.”

Para seguir à risca o cronograma que traçou, Lopes estabeleceu dois dias da semana para participar das aulas. “Nestes dias, eu jantava e ia direto para o escritório de casa e saía de lá somente quando acabava a aula e as atividades. O negócio deu tão certo que acabei virando referência para os amigos que querem estudar a distância.” Segundo Lopes, todos os amigos o procuram para saber mais sobre a metodologia e gostam do resultado.

A gestora do Lavoisier, Raquel Bauer Pagano, também afirma não ter encontrado dificuldades no EAD. “Sentia falta do ambiente da sala de aula porque gosto do clima e de trocar experiências ao vivo com os colegas. Mas o curso foi tão produtivo que já penso em fazer outro”, diz.

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