José Antônio dos Santos – Mestre pela UFSJ
A pergunta é para você, mas eu vou dar minha resposta: acredito. Creio, inclusive, que ela poderá ajudar a educação presencial a mudar metodologias, concepção curricular, tempo, espaço e algumas mazelas clássicas. Muitos docentes que ministram disciplina a distância e que trabalham na modalidade clássica presencial têm dito que estão voltando às salas de aula com outra atitude. Se a educação a distância – EAD – tem gerado mudança de atitudes mesmo em docentes veteranos, há grandes condições potenciais de ela ajudar a construir uma geração de jovens e adultos com outra postura diante dos cursos virtuais. Apesar de o legado da EAD vir do século XIX e de o Brasil aplica-la pelo menos desde 1950, durante muitos anos os professores acostumados ao tempo e espaço presenciais dos cursos, olharam a EAD com bastante desconfiança. Eu lembro-me bem de meu pai receber peças de rádio e apostilas do Instituto Universal Brasileiro que apostou na tendência EAD e hoje dispõe de um site mantendo antigos cursos e oferecendo outros que são top no mercado. Ainda assim perdura a dúvida na cabeça de muitos docentes se vale a pena acreditar na educação a distância. Em uma outra ponta estão muitos alunos que aderiram à EAD com as piores das intenções: atalhar a qualidade, fazendo um curso de qualquer jeito, pela lógica do vale tudo. Esses estão quebrando a cara ou já perceberam que “não é assim que a banda toca” nos cursos virtuais. E isso é fácil de entender: pelo menos 50% dos alunos EAD desistem do curso antes da metade do tempo a ser cumprido. O problema, porém, não está na modalidade do curso em si, mas da atitude equivocada e mal intencionada que muitos têm em EAD. Apesar desses equívocos e atitudes oportunistas, sobretudo de alunos mal avisados, a EAD tem avançado mostrando que a web 2.0 pode ser um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) de excelência. Ela tem conseguido mostrar, também, que as atitudes mais desejadas nos cursos presenciais e jamais conseguidas plenamente por alunos e professores em cursos presenciais podem ser construídas em condições EAD. Quantos de nós não gostaríamos de ver nossos alunos praticando a escrita e construindo uma gradual independência cognitiva? Quantos de nós já tentamos a prática de trabalhos em grupos e de uma aprendizagem colaborativa entre pares sem obter muito sucesso? Quantos de nós já não sonhamos com um estudante capaz de organizar seu tempo para os estudos, para a participação efetiva em seminários e debates? Pois a EAD tem conseguindo construir, pouco a pouco uma estudante com esse perfil em ambientes virtuais como o moodle, por exemplo. Evidentemente, que esse mesmo aluno que traz todos os vícios, concepções e atitudes erradas do modelo clássico de escola. Por isso é que vários deles ficam pelo meio do caminho. Mas, tenho certeza de que retornando a outro curso virtual muda de atitude seja por tomada de consciência, seja pela pressão da tendência EAD. Pessoalmente, não só acredito na EAD como tenho aprendido muito com ela. Tenho feito alguns cursos sendo aluno, já ministrei uma disciplina pelo Pitágoras-BH e, no momento, estou orientando Trabalhos de Conclusão de
Curso – TCCs – pelo Núcleo de Educação a Distância da Universidade Federal de São João Del Rei – NEAD-UFSJ.
Aos poucos vamos construindo novas culturas e novos rumos na educação.
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Fonte : http://www.jornalcorreiodacidade.com.br/index.php?
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