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Por que é difícil decidir que carreira seguir?

Por que é difícil decidir que carreira seguir?

Em palestra recente em uma escola particular no Recife, onde fui convidada para falar sobre carreiras e escolhas profissionais dos estudantes, no contexto da economia mundial e de Pernambuco, resolvi focar numa questão que observo na minha experiência com jovens: por que hoje é mais difícil escolher uma profissão?

Atualmente, o mercado apresenta oportunidades de emprego com ótimos salários e, em alguns casos, vagas sobrando à espera de novos talentos. Os cursos tradicionais como Direito, Medicina e Engenharia dividem espaço com uma centena de novas carreiras. São graduações que surgem da ramificação de outras devido ao entrelaçamento das áreas do conhecimento ou para suprir a necessidade do mercado. Aparecem nessa relação Engenharia de Alimentos, Engenheiro Ambiental, Engenharia de Materiais, Gastronomia, Cinema e tantas outras como Museologia e Jogos Digitais.

Em pesquisa realizada pelo Portal Educacional e divulgada em 2011 pelo jornal Folha de São Paulo, na fase de inscrições para os principais vestibulares do País, 54% dos estudantes do 3º ano do Ensino Médio ainda não estavam decididos sobre qual carreira seguir. Resultado: jovens com dúvidas entre profissões totalmente distintas como Engenharia e Jornalismo; Medicina e Gastronomia; ou Veterinária e Direito.

”Escolhas equivocadas, segundo a pesquisa do Portal Educacional, são responsáveis pela evasão de cerca de 40% do total de matriculados nas universidades brasileiras”

 

Toda essa indecisão está diretamente ligada ao fato do estudante ter um leque maior de carreiras a escolher e também à dificuldade de discriminar sozinho entre o que os pais desejam – muitas vezes as tradicionais profissões (leia-se Direito, Medicina e Engenharia) – e o que querem seguir como rumo profissional. Alia-se a isso, a utilização, principalmente, de meios informais para tomar a decisão.

Uma pesquisa realizada, recentemente, pela Trajeto constatou que ainda são pouco procurados os serviços de orientação, seja os oferecidos pelos colégios ou realizados por profissionais especializados. Sem esse acompanhamento, a decisão termina ancorada em bases frágeis como Tecnologia da Informação é coisa para nerd ou que Veterinária é para quem gosta de animais.

As escolhas realizadas superficialmente têm efeito ainda no aumento do índice de evasão universitária. O jovem inicia uma carreira sem saber o que vai encontrar pela frente. Hoje, nossa prática evidencia que o abandono dos cursos acontece já no primeiro ano. Escolhas equivocadas, segundo a pesquisa do Portal Educacional, são responsáveis pela evasão de cerca de 40% do total de matriculados nas universidades brasileiras.

Por isso, o último ano do Ensino Médio é tão importante para a vida do jovem. Além de ser um rito de passagem para a fase adulta, é um momento importante para definições, inclusive, sobre o projeto de vida. Um período que exige atenção e a potencialização de iniciativas dos pais e dos colégios junto aos estudantes, para que não se amplie a lista de profissionais desmotivados e frustrados, assim como dos espaços carentes de mão de obra qualificada para um mercado de trabalho em ascensão.

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